
É Virginia Woolf, em “O sol e o peixe”, ensaio que dá título à presente coletânea, na qual se reúnem nove de suas prosas mais poéticas. Nelas, Virginia contrasta a visão de um eclipse total do sol com a dos peixes num aquário de Londres; discorre sobre Montaigne e sobre a paixão da leitura; relembra, em traços delicados e comoventes, a convivência com o pai; teoriza sobre a nascente arte do cinema e sobre as relações entre a literatura e a pintura; enaltece as paradoxais vantagens de se ficar doente; celebra as belezas naturais de Sussex e as delícias urbanas de uma caminhada fortuita por Londres. Eis aqui Virginia, em toda a força poética de sua prosa (Trecho da Sinopse do Skoob).
Conforme-se uma vez, faça uma vez o que outras pessoas fazem porque elas fazem, e uma letargia toma conta, lentamente, de todos os nervos e todas as capacidades mais delicadas da alma. Ela se torna todo o espetáculo e vazio exterior; embotada, insensível e indiferente. (p. 17)
Este foi o meu primeiro contato com Virginia Woolf e, bem, ainda não sei se sou capaz de opinar muito sobre a obra. Esse é um compilado dos mais diversos textos e tudo o que eles tem em comum é a maravilhosa narrativa da autora. Prosa poética é algo que ela faz magistralmente bem, não há como discordar.
Agora, eu realmente não sei como escrever essa resenha. Não há algo próprio de cada história que seja muito peculiar e mereça uma digressão apropriada. É que cada história nos leva para esse lugar de observador de uma realidade outra, de uma época outra, que nos deixa um pouco suspensos da nossa própria.
Nem sei se estou sendo capaz de me fazer entender aqui. Só gostaria que, a quem ainda não teve a oportunidade de conhecer Woolf, o faça. Eu mesma já estou mirabolando minhas próximas leitras da autora. Fiquei curiosa. E instigada. Me desculpem a resenha falha. Tudo o que posso dizer é que essa é uma leitura que vale muito a pena.
Ou, talvez melhor, tivéssemos abandonado todas as estreitas marcas e etiquetas da individualidade. Estávamos alinhados em silhueta contra o céu e tínhamos a aparência de estátuas postadas e destaque na crista do mundo. Éramos muito, muito velhos; éramos homens e mulheres do mundo primevo vindos saudar a aurora. (p. 104)
Adeline Virginia Woolf foi uma escritora, ensaísta e editora britânica, conhecida como uma das mais proeminentes figuras do modernismo. Estreou-se na literatura em 1915 com o romance The Voyage Out, que abriu o caminho para a sua carreira como escritora e uma série de obras notáveis. Seus trabalhos mais famosos incluem os romances Mrs. Dalloway (1925), To the Lighthouse (1927), Orlando: A Biography (1928), e o livro-ensaio A Room of One’s Own (1929), onde encontra-se a famosa citação “Uma mulher deve ter dinheiro e um teto todo seu se ela quiser escrever ficção”.
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