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A Elegância do Ouriço | Muriel Barbery


    Eu nem sei como começar a falar sobre esse livro, então começarei por aqui: porque não consigo falar de uma obra que mexeu tanto comigo? Que me fez chorar como um bebezinho (e havia mais de um ano que um livro fazia isso comigo)? Que me fez rir e ter sensações deliciosas como fazia tempo um livro não me proporcionava?

    Bom, talvez justamente por todas essas coisas. Esse seria o momento em que eu começaria a me desdobrar pela história e a descrever os personagens, mas se você parar para pensar, Barbery nada mais fez do que contar a intimidade dos pensamentos de uma concierge cinquentona e uma pré-adolescente que não gosta da família. O que elas tem em comum? Ambas são excepcionais.

    Paloma, na flor da idade, é o que muitos chamariam de menina prodígio. Mas essa não é uma história sobre uma garotinha acima da média. É o olhar filosófico de uma criança que compreende mais da humanidade do que o resto de nós, infames adultos. E uma grande sacada da autora foi não deixar que a caçula da família Josse perdesse os questionamentos próprios dos doze anos. Ela não é um mini adulto, mas sim uma pré-adolescente com visão e ideias mais claras do que grande parte dos homens e mulheres e meia idade.

    Já Renée, bem, a matrona que roubou meu coração é, ao mesmo tempo, o ressabiar de alguém que cresceu sem luxo e perspectivas e vê-se numa posição em que precisa lidar com gente que crê estar em um patamar diferente do dela por serem ricos; e a inocência e candura de uma autodidata que, apesar de todas as condições adversas, é uma grande admiradora da Arte, assim, com A maiúsculo mesmo.

      Eu gostaria de continuar falando sobre o livro, e sei que cumpri muito fracamente o meu papel de incentivar qualquer possível leitor a dar uma chance a obra, mas na realidade, tudo o que eu gostaria é de que mais pessoas tirassem um dia ou dois ou três para dar uma lida nesse texto. A tanto amor, tanta arte, tanta reflexão e doçura nesse texto que é impossível não se sentir tocado.

    Muriel Barbery nasceu em Casablanca no ano de 1969. Ex-aluna da École Normale Supérieure, em Paris, formou-se em filisofia em 1993. Estreou na literatura com o romance A morte do gourmet(2000), traduzido em doze línguas. Seu segundo livro, A elegância do ouriço, foi uma das grandes sensações literárias de 2006 na França. Atualmente mora no Japão com o marido e a filha.


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