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A Sangue Frio | Truman Capote



    Sim, esse é outro daqueles livros que li para a faculdade (que é tudo que pude ler nos últimos tempos, infelizmente). Só que, ao contrário dos outros que trouxe para cá, eu não estou escrevendo isso aqui porque precisarei me lembrar dele para uma futura discussão, e sim porque a discussão já aconteceu e a decisão foi unanime: Esse livro é maravilhoso.

    Não é que o crime tenha sido genial, ou o autor, um investigador importante para a história (não em termos policiais, pelo menos). É que o que o Capote fez para contar a história de um crime que seria comum em qualquer metrópole, mas que foi chocante para a pequena população de Holcomb, é algo que apenas escritores brilhantes conseguem fazer.

    Ele fez um número incontável de leitores se apaixonar por um caso de assassinato, um sem fim de gente ir atrás de mais informações a respeito daquele crime em 1959, e cinquenta anos após o lançamento do livro, ainda faz uma porção de gente (inclusive essa que vos escreve) se emocionar, ficar com raiva ou ter compaixão de pessoas que já se foram a muito tempo, e que nunca estiveram tão distantes da nossa realidade, e ao mesmo tempo, tão próximos.

    Eu sei que estou aqui, tecendo mil elogios e contando coisa nenhuma, mas é que, se você parar para pensar, não há mesmo muito o que contar. Um belo dia, uma família aparentemente perfeita é encontrada assassinada dentro de sua própria casa em uma cidadezinha do interior do Kansas. E então, todos os esforços são feitos para que os assassinos sejam pegos, paguem por seus crimes e, quem sabe, em meio a confusão, expliquem porque fizeram o que fizeram. Só que o Truman usou mais de quatrocentas páginas para narrar isso.

    Muita gente, eu inclusive, tem dificuldades para aceitar esse texto com um livro-reportagem por causa disso. O autor é tão minucioso que torna-se impossível crer que tudo seja fruto da mais refinada apuração. É muito mais certo apontar a obra como um romance jornalístico, onde se aceita e até pressupõem algumas firulas literárias.

    Por sua vez, isso em nada desmerece a obra ou o autor. Mesmo assumindo certas liberdades literárias, Capote foi jornalista do inicio ao fim, presando sempre pelas suas fontes e apresentando todo tipo de provas do que dizia em seu texto. Contextualizando o leitor, desde os primeiros instantes ao descrever a pacata Holcomb, até a vida pessoal dos assassinos e seus últimos instantes no corredor da morte (e não venha me dizer que isso é spoiler, já fazem cinquenta anos coleguinha).

    Truman Capote (1924-1984) foi um escritor, roteirista e dramaturgo norte-americano, escritor de vários contos, romances e peças teatrais reconhecidas como clássicos literários, incluindo a novela Bonequinha de Luxo (1958). Com A Sangue Frio (1966), foi o pioneiro do jornalismo literário, texto classificado por ele como um romance de não-ficção.


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