
Lançado originalmente em 1952, o livro Fundação e Império, de Isaac Asimov, é o segundo volume da clássica Trilogia Fundação, vencedora do prêmio Hugo de melhor série de todos os tempos. A obra da continuidade aos acontecimentos de Fundação e, assim como o primeiro volume, é escrita em formato de contos que dividem o livro em duas partes: O General e o Mulo.
Na primeira parte, a Fundação já possui um desenvolvimento próprio exercendo o domínio sobre os mundos vizinhos, com a ajuda da psicohistória, que já havia previsto o seu sucesso no plano Seldon. Porém, em Trantor, sede do minguante Império, o General Bel Riose trama acabar com a Fundação organizando uma ofensiva militar para destrui-la. Mas será que este ataque irá impedir o destino profetizado por Hari Seldon? E afinal, quem é o Mulo e por que ele vem conquistando diversos planetas da galáxia?
Provavelmente não há ninguém que seja tão fácil de subornar, mas ele não tem sequer a honestidade fundamental da corrupção honrada. Ele não permanece subornado; por nenhuma quantia. (Pág. 62)
Para quem se apaixona pelo formato em que foi escrito o primeiro livro da Fundação, aqui nós temos uma belo de um freio. Com quase a mesma quantidade de páginas que o anterior, nesse livro encontramos apenas duas histórias: a de um general do antigo Império Galático e a de um mutante.
Em retrospectiva, é até interessante notar a escolha do autor de colocar as duas histórias no mesmo volume. Enquanto na primeira nós aprendemos um pouco mais sobre a precisão da psicohistória e a inevitabilidade das previsões de Seldon; na segunda, compreendemos que, como uma ciência derivada da probabilidade, ela não pode prever as influências de fatores que não foram incluídos em seus cálculos.
Das duas, acredito que a história do general seja a mais fraquinha. A certeza de que as previsões se cumprirão independente das vontades individuais acaba minando um pouco a graça da aventura. E aí, eu que já tinha perdido o ânimo que o primeiro livro me deu, fui pega de gurdas baixas pela misteriosa figura do Mulo.
É nessa história que Asimov me mostra mais uma vez a sua maestria. Embora durante todo este segundo "conto" eu já suspeita-se de quem se tratava, só pude ter certeza mesmo nos desenlaces finais. Além disso, aqui conseguimos nos apegar melhor aos personagens, uma vez que, com mais páginas, suas construções são muito melhor desenvolvidas.
Por fim, é preciso dizer que embora este, diferente do primeiro, não seja um livro de fôlego, o final da história nos deixa com aquela deliciosa urgência de pegar o próximo volume e saber onde tudo aquilo vai dar. A única queixa, mais uma vez, é sobre os papéis femininos da narrativa. Aqui melhora um pouco a situação, com relação ao primeiro volume, mas não é o suficiente.
Isso é desculpado pela sociedade pois é feito "nos interesses do Estado", mas como a filosofia parecia sempre levar o Capitão Pritcher à conclusão de que, mesmo nesse interesse sacrossanto, é muito mais fácil apaziguar a sociedade que a consciência, ele não incentivava a filosofia. (Pág. 108)
Isaac Asimov foi um escritor e bioquímico norte-americano, nascido na Rússia, autor de obras de ficção científica e divulgação científica. É considerado um dos mestres da Ficção Científica, embora também tenha escrito obras de mistério e fantasia, assim como uma grande quantidade de não-ficção. No total, escreveu ou editou mais de 500 volumes.
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